sábado, 13 de dezembro de 2008

Que desilusão


O Vaticano, através da Congregação para a Doutrina da Fé divulgou em conferência de imprensa um documento intitulado "Dignitas Personae" que condena as técnicas de reprodução medicamente assistida:
O Vaticano considera moralmente ilicitos os procedimentos de fertlização invitro, a investigação com células estaminais embrionárias, a criopreservação de embriões ou ovócitos para fertilização artificial, interferência no número de embriões implantados para prevenir gravidezes múltiplas, e o recurso à injecção intracitoplásmica de espermatozóides para ultrapassar problemas de fertilidade masculina, entre outros métodos.
É moralmente ilícito, dizem, recorrer a uma técnica que "se realiza fora do corpo dos conjuges mediante gestos de terceiros" como acontece na injecção intracitoplásmica de espermatozóides usada nos problemas de fertilidade masculina. Já a crioconservação é considerada "incompatível com o respeito devido aos embriões humanos".

Assim, tal qual, sem mais, é a condenação total, pura e simples. Sem excepções, sem matizes.
Sem misericórdia.

Que enorme desilusão.
Como católica e crente em Deus só posso lamentar profundamente esta posição. A infertilidade do casal é uma doença, que pode ser tratada e resolvida com apoio médico. Considero aquela posição do Vaticano gravemente insensível e ofensiva do sofrimento dos casais inférteis que querem ter filhos biológicos, e que podem ter filhos com recurso á procriação medicamente assistida, nomeadamente á fertilização in vitro.
A meu ver, a fertilização in vitro, a injecção intracitoplásmica de espermatozóides, e o tratamento médico da infertilidade do casal são claramente também uma resposta ao apelo divino "crescei e multiplicai-vos".

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