Sócrates, através da sua maquina de comunicação, fez hoje manchetes admitindo que 2009 será de "tempos difíceis" e pedindo "o melhor de todos". Sócrates sabe o que é preciso fazer: "uma orientação bem clara: estabilização do sistema financeiro, criação de condições de acesso ao crédito e mais investimento público para dinamizar a economia e o emprego". Sócrates sabe, e disse-o, que estado, empresas e empreededores tem de agir como amigos leais.
Tudo correcto, subscrevo. O que Sócrates sabe, e disse, também eu sei e qualquer mortal minimamente interessado sabe. São coisas sérias e, ao mesmo tempo, banalidades; passaram para a mesa de café, para a sala de espera, para a fila do auto-carro...
O que nos interessava realmente saber, é como vai Sócrates conseguir isto. De que forma vai conseguir estabilizar o sistema financeiro? Como vai agilizar o acesso ao crédito? Quais os investimentos públicos que vai lançar? É que TGV é gasto público, não é investimento... Mais auto-estradas são inuteis... Mas, ainda há muito onde investir. Por fim, que garantias há de criação de emprego sustentável por esta via?
Quanto à leal amizade entre estado, empresas e empreededores, é uma bela utopia... Pressupõe da parte do estado lealdade na justeza da carga fiscal, da legislação a diversos níveis e, muitas vezes, do pagamento atempado da dívidas do próprio estado. Da outra parte, seria de esperar o fim da fuga ao fisco, a boa gestão, a seriedade, a assunção da função social da empresa.
Como se vê, a solução dos problemas é muito mais do que o enunciado das linhas gerais que, entretanto, já são banalidades das nossas conversas diárias.
Haverá em Sócrates vida para além das banalidades? Tenho as mais fundadas dúvidas mas, para bem de todos, gostava de acreditar que sim...
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