segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ai se sêsse!

Para começar a semana, uma magnífico poema de Zé da Luz. O poeta de Itabaiana, na Paraíba, ouviu um dia dizer que poeta sério teria de escrever sempre em português cuidado e de primeira. Deixo-vos esta peça de humor refinado e romantismo infinito.

Ai se sêsse!

Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Da vês que nois dois ficasse
Da vês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse.

1 comentário:

Anónimo disse...

Apetecia-me mandar-te um tesourinho que tenho dum poeta do sertão brasileiro.
Isso sim é que são preocupações de machos.
Aquele abraço e até amanhã