segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Notas da crise ....


E foi um ar que lhes deu ....
O mínimo que se pode dizer é que a crise é como a duracell: dura, e dura, e dura ......

Eis os mais recentes episódios:

O GOVERNO e o banco central holandês resgataram ontem o ING depois de terem acordado uma injecção de capital de 9 mil milhões de euros para evitar a falência de um dos maiores bancos holandeses. Este será o segundo banco que o governo holandês vai salvar depois de ter resgatado o Fortis, em conjunto com os governos belga e luxemburguês.

A CAISSE d Espargne, que agrupa as caixas de aforro francesas, anunciou perdas de 600 milhões de euros em consequência de um importante acidente bolsista na actividade de derivados de acções, a semana passada.

CINCO bancos austríacos adquiriram o Constantia Privatbank e vão injectar-lhe liquidez no montante de 400 milhões de euros, enquanto o Banco Central da Áustria adicionará 50 milhões de euros, para assegurar os depósitos dos clientes no valor de 10 mil milhões de euros. É o resgate do primeiro banco austríaco em dificuldade devido à crise.

O Presidente do Deutsche Bank, Josef Ackerman, anunciou ter renunciado ao seu bónus anual, por solidariedade. Anunciei ao Conselho Fiscal do Deutsche Bank que renunciava neste ano difícil ao meu bónus em proveito de trabalhadores que têm mais necessidade de dinheiro que eu", explicou o patrão do principal banco alemão ao semanário Bild am Sonntag.
Os outros três membros da direcção do banco vão seguir o exemplo do presidente, precisou o Deutsche Bank. Em 2007, a direcção havia embolsado 33,2 milhões de euros, dos quais 4,3 milhões sob a forma de prémio indexado à rendibilidade da instituição. Deste total, 12,5 milhões de euros foram encaixados por Josef Ackerman.

Investidores líbios, entre os quais o banco central daquele país do Norte de África, reforçaram a sua participação no UniCredit, o maior banco italiano. Só este mês, e até quinta-feira passada, a capitalização bolsista do banco italiano caiu 32%, na sequência da crise financeira global. Os líbios são bem-vindos e podem fortalecer o UniCredit , comentou à Bloomberg Patrizio Pazzaglia, um gestor de fundos no Insinger de Beaufort em Roma.

Os bancos britânicos vão ser submetidos a um controlo mais apertado, na sequência da crise do crédito, anunciou sexta-feira o responsável da Autoridade de Serviços Financeiros (FSA na sigla inglesa) em duas entrevistas. Adair Turner disse que até agora a FSA, que na prática é o polícia das finanças britânicas , tem regulado a prática dos bancos britânicos com brandura .

O efeito dominó continua a fazer sentir-se na actual crise financeira global. Da falência (ou quase) de instituições financeiras nos Estados Unidos e Europa, passou-se ao risco de colapso financeiro dos países.
A ameaça é substancialmente mais elevada nas economias com maiores défices da balança corrente e de capital obrigadas a recorrer a financiamento estrangeiro para financiar a actividade económica doméstica. Nestes casos, não se lida apenas com a maior dificuldade de acesso ao crédito por parte de famílias e empresas. Mas também com a fuga dos investidores de activos e destinos considerados mais arriscados, o que contribui para a queda acentuada do valor das divisas, tomando ainda mais cara a aquisição de crédito lá fora. São os casos da Islândia, da Ucrânia e da Hungria.

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