Sócrates é um homem de sorte, tem também algum engenho e astúcia, sentido de oportunidade qb, só é pena não saber governar.
A crise em curso facilmente acabaria com um primeiro-ministro menos habilidoso. Sócrates está a surfar a onda da crise com mestria; apresenta um orçamento eleitoralista com a desculpa das urgentes necessidades do presente, desmultiplica-se em aparições meticulosamente preparadas, anexou Ferreira Leite e, com a desculpa da estabilidade imperiosa, cerceia a crítica de outros adversários.
Entre muitas medidas inócuas e propagandísticas deste OE, há uma de especial significado: o previsto aumento salarial da função pública de 2,9%, valor acima da inflação prevista. Sócrates sabe que o grande muro entre si e um bom resultado eleitoral seria a legião descontente de funcionários públicos. Esta medida é um descarado acto eleitoralista, resta saber se seduz e reconcilia, resta aferir a duração da memória dos funcionários públicos. Á oposição resta esperar e lembrar o passado recente, mas politicamente nada pode obstar ao aumento de hoje.
O próximo ano será de grande incerteza e reviravoltas possíveis, para já, Sócrates domina o palco com a propaganda que tão bem protagoniza.
Até quando durará o bluff?
Quantos mais golpes de sorte?
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