domingo, 29 de junho de 2008

Sensibiliade e Bom Senso


Andei para aqui a anunciar a minha ida ao concerto do Jack Johnson com um entusiasmo quase infantil. Tinha razão, até as minhas expectativas mais optimistas foram superadas.
Num Pavilhão Atlântico que não encheu completamente, dada a avalanche de concertos da temporada, só foram os que gostam mesmo. Uma multidão jovem, com muito bom aspecto, um bronze de fazer inveja e, essencialmente, um ar de bem com a vida. No ar uma nuvem ténue de um ou outro charrito bem disposto e nem um indício das tais drogas pesadas da moda. Aquela gente parecia vinda directa da praia, só não percebi onde tinham guardado as pranchas.
Jack Johnson chegou ao palco pelas 10 horas, tranquilo, cumprimentou o público num português irrepreensível e começou a tocar como quem respira. É o paradigma do cool. Com as fãs ao rubro, vai falando da importância da familia na sua vida, das músicas que dedica à mulher, do amor que tem aos filhos. Nos antípodas das stars de fancaria que nos impingem, canta o que os fãs esperam que cante. O seu entusiasmo é tranquilo e próximo. A sua música, um blend perfeito de surf e folk, transporta-nos para um sofá roto num alpendre de Santa Cruz onde no fim do dia os amigos vão chegando e as ondas do dia se comentam entre golos numa long neck Rolling Rock. Jack Johnson canta as alegrias de uma vida simples e despojada, celebra o sol e o mar, deixa-nos a sonhar com slalons calmos numa long board antiga ou com pedaladas tranquilas numa custom cruiser sem mudanças.
A dois terços do concerto, sem pré-aviso nem aproveitamento marketeiro, aparece de gás no palco G. Love. Foi a apoteose. Num fabuloso Rodeo Clowns (ver video abaixo), a sala ficou em transe. Seguiram-se outras com a harmónica exuberante de G. Love a rasgar a calmaria de Johnson. Fantástico.
Resta dizer que o artista, sem regatear, deu dois encores e actuou cerca de 2horas e 20. Raro nos dias de hoje! Ah, claro, e eu gostei mesmo muito!

Sem comentários: