domingo, 1 de junho de 2008

MFL

Manuela Ferreira Leite ganhou hoje as directas do PSD. Tal como aqui escrevi ontem, as margens de diferenciação entre os três principais candidatos foram tão infimas que pequenas variações de afluência ou absentismo poderiam ter ditado um futuro diverso para o PSD. Calhou que fosse assim e, apesar da constatação de um partido profundamente dividido, por um voto se ganha e por um voto se perde e Ferreira Leite ganhou.
Há dados interessantes a recolher nestas eleições. Meneses é um dos claros derrotados, fruto da sua errância, mesmo depois da demissão; acertou ontem ao prever uma vitória de pirro aos que lhe fizeram a vida negra, é pouco. Marco António, uma inflação despropositada do menezismo, é derrotado duramente em Gaia com a vitória de Santana Lopes. Ribau Esteves é derrotado em Aveiro por Castro Almeida, apoiante de Ferreira Leite. Não fica pedra sobre pedra neste PSD sem norte.
Dos mais fracos não reza a história, concentremo-nos no futuro. Como aquecerá Ferreira Leite a cama de Rio ou de Marcelo? Confesso que, ao invés de alguns amigos que muito respeito, não percebo como irá Ferreira Leite constituir-se como alternativa credível à desgraça socialista. Nos pontos essenciais da governação, o acordo é total: não mexer na pesadíssima carga fiscal que se abate sobre o país, a admiração clara pela inominável ministra da educação, o acordo com a política de saúde de Correia de Campos e o apoio às reformas de Vieira da Silva! O que resta? Eventualmente, a justiça de que ainda não falou? O facto de ser mulher? De o seu diploma ser verdadeiro? É pouquíssimo. É séria porque assume o que pensa, ainda que o seu pensamento coincida com o do governo nas principais matérias da governação, mas o que se espera do líder da oposição é muitíssimo mais do que isso, é que com idêntico nível de seriedade e credibilidade tenha um projecto realmente novo para o país, seja diferente e explique porquê, só assim valeria a pena trocar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Carissimo, pelo menos uma coisa vai mudar: a saída dos socialistas do poder que são a fonte de toda a desgraça da classe média de um país. Olhemos para o que se passa em Espanha, pior que em Portugal...
PG