sexta-feira, 16 de maio de 2008

Shemá Israel - Ouve Israel


Israel começou a celebrar, oficialmente a partir da passada quinta-feira (8) os 60 anos do seu nascimento. Embora seja uma nação já há muitos séculos, Israel nasceu como um estado autónomo no dia 14 de maio de 1948.

Quando se fala de Israel e dos Judeus, os sentimentos não são ambiguos mas antagónicos: ou se ama, ou se odeia. Aparentemente o que este povo tem de tão admirável, tem também de detestável. Nunca nada é preto ou branco, por vezes a história é cinzenta. É por isso que é tão importante conhecer o percurso histórico deste povo para ter uma visão clara e crítica do seu papel no mundo.
A história do povo israelita inicia-se com o chamamento de Deus a Abraão, com o qual celebrou uma aliança; prometeu uma grande descendência e uma terra para o seu povo. O povo de Israel tornou-se, assim, o povo eleito por Deus para transmitir a sua benção aos outros povos. Mas este povo, aparentemente abençoado por Deus, foi ao longo da sua história uma nação amaldiçoada, perseguida e incompreendida. A explicaçãp biblica para tantos infortúnios foi o afastamento de Deus, a idolatria, o pecado e a posse. Mas, mais do que uma explicação teológica, existem também questões culturais, geográficas e politicas.
A instalação das 12 tribos de israel não foi pacifica, desde o ínicio houveram conflitos. O reino de Judá foi primeiro atacado pelos assirios, em 722 a.C.; depois em 586 a.C., Nabucodonosor II — imperador babilónico — invadiu Jerusalém, tendo destruido o reino de Judá e deportado os judeus para a Babilónia. Foi durante o período de cativeiro na Babilónia que cresceu entre o povo de Judá um sentimento de identidade racial e religiosa indissolúvel, que os tornou numa nação forte, como hoje a conhecemos. Em 63 a.C. a Judeia torna-se uma província de Roma. Em 70 d.C. os romanos destroem o templo e, em 135, Jerusalém é arrasada.Com a destruição de Jerusalém, começa o período da grande dispersão do povo judeu: a Diáspora. Espalhados por todos os continentes, os judeus mantiveram sua unidade cultural e religiosa. A Diáspora termina em 1948 com a criação do Estado de Israel.
Na verdade, a terra que Deus prometeu aos Judeus - a terra de Canaã- nunca foi verdadeiramente sua. Este povo nunca possuiu a terra onde correm “rios de leite e mel” e, ainda hoje ,vive em guerra para a manter. O que torna este povo, tão especial e digno de admiração é a sua resiliência: a capacidade de enfrentar todas as adversidades sem nunca desistir.
Admiro os judeus: a sua religiosidade, as suas tradições culturais, a sua coragem, ...No entanto, a forma como tratam e gerem a questão palestiniana, a sua atitude de arrogância e superioridade racial, a exploração constante do papel de vitimas e a frieza com que geram as questões politicas é digna de crítica. Contudo, o que neles é criticável é , ao mesmo tempo, uma grande vantagem, que lhes permitiu sobreviver como nação ao longo de séculos.



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