sábado, 31 de maio de 2008

Dia (ps)D


Hoje é mais um dia D para o PSD. Só que os dias definitivos, nesta agremiação, são, cada vez mais, provisórios. Não tenho a menor percepção de quem será o próximo lider, dado o estado de volatilidade do partido, o desespero dos militantes e a desorientação das últimas lideranças, tudo pode acontecer até ao último minuto. Não acho que Ferreira Leite tenha a vitória assegurada, Passos Coelho pode ser a escolha do desespero e, para mim, não é liquido que Santana Lopes esteja derrotado à partida. Tudo em aberto, portanto.
Certezas só quanto ao dia seguinte.
Se Ferreira Leite ganhar, haverá quem não deixe esquecer a gestão de oportunismo milimétrico que tem feito das suas presenças e ausências estratégicas na vida do partido, terá o baronato a seu lado, jogando o futuro próximo, preparando desde o primeiro minuto a sucessão. Um jogo requintado que se recheará de intriga, conspiração, será um ambiente irrespirável. Basta imaginar como se conciliarão Rio, Marcelo, Capucho, Pacheco, just to name a few. Veneno puro. Autofagia anunciada. Cavaco à distância. Sócrates descansado da vida.
Se Passos Coelho for o escolhido, será um mix de Mendes com Meneses. Como Mendes, andará á procura de um registo próprio, terá falta de reconhecimento e carisma, será ignorado, falará muito, sobre tudo e ninguém o ouvirá. Como Meneses, trará para os orgãos gente nova e desconhecida, não tem outra; estará fora do parlamento, com as dificuldades óbvias; terá o permanente desgaste da alcateia do baronato, que não terá força para pôr na ordem. Começará a maquina socrática a evidenciar as suas fragilidades, a falta evidente de curriculum, uma vida que, embora na sombra, se construiu na via mais mediocre das dependências políticas.
Se Santana Lopes surpreender e regressar, será seguramente diferente, embora não necessáriamente bom. De interessante tem a sua notável resiliência política, a coragem para os grandes desafios e um interessante ajuste de contas com os seus carrascos: Cavaco e Sampaio. Seria também uma oportunidade para arrumar com o baronato umbiguista que asfixia o PSD, seria a recompensa dos que estão sempre aos serviço do partido. Por outro lado, há o risco de instabilidade ligado sempre a Santana, a precipitação, alguma possivel leviandade política, o populismo anunciado.
A situação não é clara, nem famosa, resta ao país um consolo: não mais ouviremos falar da personagem cómico-deprimente Patinha Antão!

1 comentário:

Anónimo disse...

O morto vai votar?