terça-feira, 13 de maio de 2008

Bob II


A falta de tempo é tanta, que obriga a dividir os posts e fazer sequência em dias consecutivos; o tema vale o empenho.

Dizia que fiquei impressionado com a entrevista de Geldof à Sic Notícias. Para quem não é cego, bastaria o episódio da conferência do BES para consolidar simpatias com Bob Geldof; a entrevista foi muito além. Bob Geldof provou que é muito mais do que uma estrela rock com uma causa cool. Ao longo de cerca de uma hora, desenvolveu de forma clara e inteligente um plano político consistente e praticável para salvar África, para ajudar o Mundo. Poucas vezes vi um político falar de forma tão desassombrada, mostrar tanto conhecimento mantendo um low-profile e atacar com tanta eficácia e coerência.
Longe vão os tempos dos Boomtown Rats, Geldof é, definitivamente, um político à escala global que, por acaso, compõe umas canções e dá uns concertos. Obviamente, os seus laços com o mundo da música permitem sinergias valiosíssimas para a promoção e globalização das causas que advoga.
Algumas notas da entrevista: Políticamente incorrecto, fala de Bush como pouquíssimos se atreverão a falar, e coloca-o no centro do que de melhor se faz em África hoje. Aponta o dedo acusador, com numeros exactos, a todos os que traem as palavras com os actos, Sócrates incluido. Desafia a Europa a um novo plano bilateral de desenvolvimento agricola, motor de criação de um novo mercado preferêncial para a economia da UE. Enfim, são tantas e tão interessantes as ideias, tão coerentes os caminhos apontados que vale a pena procurar ver ou rever esta entrevista.

A confirmação de uma certeza: As coisas no estado em que estão não podem continuar.

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