segunda-feira, 26 de maio de 2008

Amesterdão


Regressei ontem de Amesterdão. Adoro a beleza antiga desta cidade, as casas estreitas e imponentes alinhadas sobre os canais, os recortes dos frontispícios entre as copas das arvores, o sentido prático dos holandeses com as suas bicicletas e aproveitando o sol nas esplanadas…
Gosto dos bateaux–mouche turísticos que percorrem os canais, e acho muita graça ao hábito holandês de passear de lancha pelos canais nos fins da tarde soalheiros, bebendo champanhe e vinho branco …
Gosto de ramos de tulipas, do mercado flutuante das flores e especialmente dos seus quiosques-barcos com banquinhas de flores e plantas encimadas por um tecto deslumbrante em tons cor de rosa e amarelo torrado de ramos de flores secas penduradas.
Gosto de Rembrandt, mas gosto sobretudo do modo como os holandeses lhe prestam reconhecida homenagem: na praça da cidade com o seu nome, á frente ao plinto da estátua do pintor, reproduziram, magnificamente esculpidas, as figuras do seu quadro "A noite de guarda".
Gosto de Anne Frank e de Etty Hillesum, gosto de pensar que viveram em Amesterdão, passearam e riram por aquelas mesmas ruas e canais, olharam os quadros do Rikjsmuseum, e ali sonharam o futuro e escreveram os seus diários… mas confesso que não fui ver as casas onde viveram … estive mesmo na Prisengracht andando na direcção certa mas não fui até ao n.º 267 …. deliberadamente optei por não ir, e preferi manter intactas na minha memória a alegria, força e esperança dos seus escritos, e não as substituir pela recordação da casa e do sofrimento final.
Há outras coisas – em pequeno número - de que não gosto em Amesterdão e nos holandeses, mas não me detenho nessas "fraquezas" deles… Afinal, dos fracos não reza a história, não é verdade?

1 comentário:

RA disse...

Pela descrição, não houve chuva, tempo triste e deu para aproveitar o melhor que Amsterdão tem: a vida de todos os dias. Que bom! Por cá, tivemos uma viagem ao inverno profundo, e continua...