A confusão entre António Borges e Manuel Pinho não está para acabar em breve. Andamos há dias demais em acusações e desmentidos, contra-acusações e novos desmentidos. Esta querela, que assumiu contornos que não são de todo negligenciáveis, é o espelho do país actual.
Uma de duas, ou estamos perante ministro que, mais do que vingativo ou manipulador, afronta a legalidade ao excluir das opções do Estado um prestador de serviços por motivos pessoais persecutórios; ou estamos perante um putativo candidato à presidência do maior partido da oposição, logo a Primeiro-Ministro, que acusa um Ministro da Nação de actos gravíssimos sem fundamento para tal. Não há meio-termo nestes factos, são o que são.
A bem do Estado de Direito, esta situação tem de ter um fim claro e consequente. Ou é verdade que Manuel Pinho afastou o Goldman Sachs por causa de Borges e deve ser de imediato demitido de funções com um pedido de desculpas aos portugueses; ou nada disto aconteceu e António Borges revelou uma falta de seriedade e deficiência de carácter que inviabilizam em definitivo qualquer exercício de cargos públicos.
O que não pode suceder, doa a quem doer, é o caso ficar em meias tintas representando mais uma machadada fatal na credibilidade dos políticos e das instituições. Haja verdade e consequência.
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