Sempre gostei da Laurinda Alves, desde os tempos da revista XIS cujos exemplares guardo religiosamente. A Laurinda tem um novo Blog. É como ela: com substância, grande, humilde e, extraordinariamente humano e cristão. Chama-se a Substância da Vida.
Não posso deixar de transcrever este post. São verdadeiras palavras de alento e esperança. Obrigado Laurinda e muitas felicidades.
"Sim, podemos fazer!"
"Sempre que Barak Obama repete a frase Yes we can! entre os seus apoiantes o efeito é contagiante e imediato. As multidões que o acompanham repetem a frase mágica e o eco é ensurdecedor. E mobilizador.
Embora seja uma frase de campanha, cirurgicamente concebida para levar os indecisos e os democratas que ainda estão divididos a votar em Obama, a convicção com que é dita e repetida acaba por cruzar fronteiras e interpelar pessoas muito para além do universo dos eleitores americanos.
Yes we can! é muito mais do que uma simples frase dita ou cantada, é uma atitude de fundo, é uma convicção transformadora e é uma crença íntima de que também está nas nossas mãos mudar o mundo. Não o mundo todo, de hoje para amanhã, mas o mundo à nossa volta.
Acima de tudo o nosso mundo interior, que é onde tudo começa e é, por isso mesmo, o motor de transformação mais poderoso de todos.
Alguém disse que Barak Obama não é um candidato, é um movimento social. Está à vista que sim. Aconteça o que acontecer na Pensilvania na próxima semana, este homem já mudou o mundo e já nos obrigou a parar para o ouvir uma e outra vez.
Obama recuperou palavras que nenhum político americano se atrevia a usar e nas quais muito poucos conseguiam acreditar. Palavras como esperança passaram a ter outro sentido depois de Barak Obama as pronunciar. Especialmente nos tempos adversos que se vivem numa América permanentemente confrontada com as frentes de guerra, as baixas em combate, as divisões políticas internas, as crises sociais, as oscilações do dólar e, last but not least, com uma vulnerabilidade nunca imaginada antes do 11 de Setembro.
Acredito em frases transformadoras porque sei que as palavras são revolucionárias.
Os mais cépticos podem dizer que o Yes we can! é apenas mais um expediente de campanha na linha do american way mas noutra latitude infinitamente mais perto de nós, existem realidades que provam todos os dias que é possível fazer mais e melhor.
A companhia inglesa de dança contemporânea CanDo Dance Company é um exemplo activo do vigor das palavras ditas e repetidas. Can do quer dizer literalmente podemos fazer. No caso de uma companhia de dança onde metade dos bailarinos têm handicaps físicos graves, a tradução deste can do tem um alcance extraordinário. E visionário.
Assisti ao espectáculo da CanDo Company quando eles estiveram em Lisboa e confesso que vi e vivi momentos sublimes. Percebi que afinal o movimento de uma bailarina que tem apenas uma perna ou o andamento de um bailarino em cadeira de rodas podem ter a mesma souplesse dos que dançam e evoluem no ar sem pensar que precisam de alguém para os amparar quando tocam o chão. Mais, a beleza de um bailado moderno onde se misturam bailarinos com e sem handicaps físicos é impressionante. Comove profundamente e faz-nos a acreditar que sim, podemos fazer!"
Laurinda Alves
1 comentário:
Acabo de ver o seu blog ao som de Zappa a cantar Bobby Brown. Obrigada também pela inspiração. E pela citração, claro! Gostei da coincidência de posts sobre Carme Chacón, a nova ministra da Defesa espanhola. Vou ficar atenta ao seu blog. Abraço. Laurinda Alves
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