sexta-feira, 11 de abril de 2008

Há...


Eu gostava de ter escrito isto;
Não escrevi, não conseguiria.
Ainda bem que, deambulando por aí, se descobrem momentos assim.

"Há quem não saiba que os dias são redondos e a cores. Há quem viva tudo no vértice de um só dia. Há quem não saiba por onde começar a vida. Há os que no desespero circulam como o sangue numa tangente à alma. Há os que nos lábios semi-curvos deixam morar palavras demoradas. Há os que não hesitam e deixam que o desejo ofusque a própria luz. Há mesmo os que mergulham nos sonhos para ser mar e rocha e tempestade e visitar a morte. Há os que inocentemente abdicam das horas para dar magia aos dias. Há os que amam os dedos que erguem mundos do nada e poisam suavemente nas janelas olhando só azul. Há quem caminhe sem hesitar no gume das estrelas que nunca anoitecem. Há os que preenchem a boca de aromas absolutos para dizer simplesmente que o tempo é velho de mais para ainda existir. Há também os que nunca saíram da margem de si próprios e ainda assim sabem todos os segredos que a existência oculta. Há mesmo os que acreditam que um simples gesto de ternura mais ousada pode desequilibrar o universo."

Desconheço o autor; de qualquer forma, obrigado pelas palavras que pude “roubar” e repetir. Mostram claramente que, afinal, aqui e ali, hoje ou amanhã, os estados de alma e os sentimentos acabam por ser comuns…

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