segunda-feira, 3 de março de 2008

Best Movie Award


Não costumo ver filmes em semana de estreia nacional, salas cheias, pipocas e muito público de circunstância. Abri uma excepção para o No Country for Old Men; depois de tantos posts aqui no blog sobre a temática no country, tornou-se um imperativo. Bendita hora!
No Country for Old Men é "o filme". Isso mesmo, não é a história, o desempenho, a época, nada disso; é "o filme". Os irmãos Coen criaram uma "obra" única composta de várias peças que encaixam, em que nenhuma tem autonomia por si só e todas ligam resultando na "obra". Ou seja, Brolin, Jones e Bardem estão mágnificos, enquadrados por uma fotografia soberba, diálogos épicos, musica perfeita, acção sem falhas e um grip de suspense irresistível.

Nunca a morte ficou tão bem a um filme. De um niilismo assumido, desiludam-se os que esperam uma história convencional, racionalidade, muito menos um Hollywood ending; thank God!
Não pude deixar de pensar no Pulp Fiction de Tarantino depois de ver este No Country, não sei explicar, um é eminentemente urbano, o outro um hino à desolação do oeste desértico e fronteiriço, um cruza várias histórias e tempos, o outro várias vidas mas a mesma história e tempo. A uni-los, a tal abordagem niilista, a concepção do filme enquanto objecto e fim.
Vou refrear o entusiamo e calar-me.
Vão lá ver e depois digam de vossa justiça.
Eu, ao contrário do que costumo fazer, vou ler o livro de Cormac McCarthy, depois conto.

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