quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O Meu Passeio

Passeio um pouco à noite pela minha cidade - que me desculpem, mas às vezes consigo ser bastante possessivo - e dou comigo, obviamente sem querer, a imaginá-la no futuro. Não consigo sequer chegar a um futuro muito longínquo; algo me corta a viagem a meio, me frustra o passeio, me destrói este pequenino momento de "visionário".
A minha cidade parou. A minha cidade parou e não foi no presente. Páro o passeio, a viagem ao futuro; decido inverter a marcha, opto por uma retroversão e volto ao passado. Encontro, então a minha cidade, preparada para um radiante futuro, cheia de gente com projectos, ideias, rumos, vontade e, acima de tudo, gente que sabe mais que toda a Gente.

Esse passado é perto, basta recuar oito, sete, seis anos; a minha cidade começou a parar aí. Com essa gente, gentinha, sem respeito pela Gente que cá nasce, cresce, vive e acaba por morrer.

Outra vez que me desculpem se a nostalgia de uma cidade de futuro atravessa estas breves palavras; é que essa gente, gentinha, é da mesma marca da que está a fazer exactamente o mesmo ao meu País, hoje. E muitos como eu sentimo-nos certamente a definhar com eles, o País e a Cidade.

Apetece-me terminar o passeio já, gritando bem alto: haja quem ponha fim a isto! Ainda vamos a tempo!

Sem comentários: