segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Beira-Mar e Câmara Municipal de Aveiro

Não pode um cidadão ausentar-se por uns dias das proximidades do computador e das ligações à net, e está logo armada outra confusão à volta da Câmara de Aveiro e do Beira-Mar.
Vamos por partes.
O Beira-Mar lá conseguiu despachar o antigo treinador, Rogério Gonçalves.
Lembro-em que no início da época foram tornados públicos dois convites feitos por clubes da Liga Bwin a este treinador e que a Direcção do Beira-Mar defendeu com unhas e dentes a sua permanência em Aveiro.
Coincidência (ou talvez não), a equipa começou a fazer cada vez piores resultados.
Para cúmulo do azar, até a relva deixou de ajudar. E o Beira-Mar passou por uma fase de itenerância, ao melhor estilo circense.
Inclusivamente, para gáudio dos velhos do Restelo, teve de jogar de velhinho Mário Duarte. Mas nem a mística, que tanto foi referida por tanta gente, ajudou,
Até que se chegou a um ponto em que a Direcção queria despedir o treinador mas não tinha dinheiro para lhe pagar.
E a equipa a jogar cada vez pior e os resultados a transformarem-na de candidata à subida a candidata à descida.
Até que, de repente, surgiu o factor decisivo para resolver o problema: cacau, pastel, dinheirito.
A EMA, empresa municipal que gere o estádio e deve uns trocos ao Beira-Mar, lá conseguiu convencer a Câmara a passar um chequezito e endossou-o ao clube. E o clube, de imediato, endossou o Rogério ao Instituto de Emprego, mas com os bolsos carregadinhos de euros.
Algo de anormal até aqui? Aparentemente não. Quem deve, paga e quem recebe faz do dinheiro aquilo que entende.
E, de repente, qual D. Sebastião surgido numa manhã de nevoeiro, apesar do tempo ter andado bom, eis D. Raul Martins, o grande moralizador das tropas aveirenses acompanhado pelo seu séquito de púdicos socialistas liderado pelo bem falante (acha ele) D. Nuno Marques Pereira.
Que era indecente, que era um sacrilégio, que não podia ser, enfim, falta a terminologia completa para caracterizar esta malta.
Curioso é que em 2005, outra personagem aveirense daquelas que se ofendem sempre que o seu nome é referido, e falo de D. Alberto Souto, actualmente técnico especialista em telecomunicações e anteriormente alcaide cá do burgo, fez exactamente o mesmo, pouco antes das eleições autárquicas.
Mas, como estávamos no Verão, provavelmente esta malta estava toda a banhos e a preparar-se para novo mandato no poder (bem que se lixaram), e daí eu não me conseguir recordar de qualquer crítica que tivesse sido feita nessa altura.
Porquê?
Talvez fosse bom que eles explicassem a razão das suas mudanças de opinião e que o Diário cá da terra procurasse fazer verdadeiro jornalismo e se deixasse de ser o megafone de todos os disparates que os socialistas aveirenses andam por aí a dizer.

PS (tinha mesmo de ser, face ao teor do artigo...)
Os meus colegas de blog e muita outra gente passaram os últimos dias a falar do centenário do Regicídio. Daí a profusão de referências históricas e o tratamento deferencial dado a quem talvez o não mereça.

1 comentário:

zé das enguias disse...

E desde quando se pode esperar coerência e responsabilidade, vindas dessa gente?
A mesma gente que aprova um empréstimo de saneamento financeiro em Lx, num abrir e fechar de olhos e, ao abrigo do mesmo artigo da lei das finanças locais, em Aveiro tudo faz para emperrar e "meter areia na engrenagem", sendo os pressupostos de um e outro exactamente os mesmos?
E desde quando podemos esperar verticalidade dessa gente quando um deputado municipal socialista é, simultaneamente vice-director de um semanário local e membro da direcção de um organismo tutelado por municípios como é a Rota da Luz, na qual Aveiro está presente?
E desde quando podemos esperar honestidade dessa gente quando um dos vereadores socialistas da câmara é simultaneamente, também, vice-presidente do Centro de Estudo e Formação Autárquica, por sinal, fornecedor da câmara de aveiro?
Falam, falam, falam e não são sequer capazes de, nas suas próprias vidas públicas dar o exemplo que a polis exige!