sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

YES WE CAN!


Andam os meus amigos admirados com o meu entusiasmo com Barack Obama. Pois é, sempre achei que os Republicanos (os americanos, claro) eram sinal de progresso sustentado, bom senso e segurança para o mundo; Bush acabou-me com estas certezas com eficácia absoluta. Ainda assim, se as próximas eleições forem, ao contrário do que espero, um duelo entre Rudy Giuliani e Hillary Clinton, manterei uma discreta e moderadíssima simpatia republicana.

O mais importante é que não acredito que iremos assistir a mais uma luta entre velhas raposas do sistema, eu tenho esperança na tal mudança, eu acredito cada vez mais que o capital de esperança que Obama encerra vai leva-lo á Casa Branca.

Obama representa o que a America tem de melhor: filho de pai negro e mãe branca, viveu na Indonesia, tem raízes muçulmanas e é cristão praticante, formou-se em Harvard e está no topo da política americana. Estas multiculturalidade e mobilidade sociais têm sido o segredo do sucesso dos Estados Unidos enquanto grande nação, Barack representa-o melhor do que qualquer wasp. Este sinal que os americanos podem dar ao mundo é uma mudança radical mas serena, acho que é isso, Obama é um revolucionário sereno.

Ao mudar o discurso dos velhos politicos do "eu" para o "nós", convocando sem complexos democratas e republicanos, novos e velhos, ricos e pobres para todos juntos refazerem o país, torna-lo mais justo, mais próspero e aberto ao mundo, Obama merece que lhe dêem a oportunidade de o fazer.

Obama tem certamente ambição e vaidade, são fundamentais para enfrentar com energia o desfio em que entrou, mas é o mesmo Obama que um dia virou as costas a Wall Street para ir dar formação aos desempregados e carenciados, é o mesmo Obama que preteriu as grandes e poderosas firmas de advogados para ser defensor dos direitos civis em Chicago.

Não sei se é, como dizem alguns, o novo JFK ou Martin Luther King, tenho certeza que é a maior revelação da política dos últimos tempos. Anima-me este capital de esperança que pode trazer para a política uma nova imagem e a colaboração e interesse daqueles que sempre viveram de costas voltadas: o povo.

Aconteça o que acontecer, já há a política pré-Obama e pós-Obama, se é já e em força ou mais lentamente resta saber, da irreversibilidade não tenho dúvidas. Ainda bem!


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