Sabemos que a nossa indústria enfrenta problemas complexos ao nível da sua competitividade internacional e que a situação é preocupante e de difícil resolução.
Mas quando falamos de indústria, referimo-nos exactamente a quê?
Segundo o dicionário da Texto Editora (naturalmente consultado na sua versão online, pois a preguiça domina), indústria é um substantivo feminino, proveniente do vocábulo latino industria, que define o conjunto das actividades relativas à transformação de matérias-primas em bens de produção ou de consumo, servindo-se de técnicas, instrumentos e maquinarias adequados a cada fim, ou ainda uma actividade económica do sector secundário que engloba as actividades de produção e transformação por oposição ao primário (actividade agrícola) e ao terciário (prestação de serviços).
Parece que não restam dúvidas que fazer peças de vestuário a partir de rolos de tecido, calçado a partir de couros, cerâmica a partir de terra cozida são actividades industriais.
Mas, quando ouvimos a ANTRAL – Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros – ou seja, de uma forma mais simplificada, a Associação dos Táxis, falar nos industriais dos táxis, parece que já há um motivo de interrogação.
Quais serão as matérias-primas que utiliza? E quais os bens de produção ou de consumo que vende? Já quanto às maquinarias, são certamente os táxis utilizados na actividade. Mas, quando se diz que a indústria é uma actividade do sector secundário que se contrapõe ao primário – agricultura – e ao terciário – prestação de serviços – começa a confusão. Então quando chamamos um táxi estamos à espera que ele nos transforme em alguma coisa?
Mas há mais, ou já pensavam que o nosso país se limitava a este caso?
O que é que acham da ANIECA? Sim, é Portuguesa e descodificando a sua sigla temos Associação Nacional dos Industriais do Ensino de Condução Automóvel.
Industriais do Ensino de Condução? Pois. Voltando ao exercício feito para os taxistas, e reparem que curioso é que ambas as actividades têm que ver com automóveis, repete-se a questão. Mas afinal o que é que estes senhores transformam?
Estou mesmo confuso. E com estes casos parece-me que não será fácil que a indústria Portuguesa se desenvolva, pois nem nós sabemos de que falamos.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário