quarta-feira, 18 de junho de 2008

Palmas a João Bénard da Costa !



Palmas, muitas palmas para o artigo de João Bénard da Costa hoje no Público intitulado "As premências de uma antigamente ministra" – referindo-se á ex-ministra da cultura.
Irrestível: um primor de contestação, redigida com acutilância e elevação, no estilo elegante e cristalino de João Bénard da Costa.

Isabel Pires de Lima tem alardeado a "premente" necessidade de criar no Porto um pólo de programação da Cinemateca Portuguesa, e imputando a João Bénart da Costa, Director da Cinamateca a culpa da sua inexistência e atraso, acusando-o de contribuir para a estagnação da Cinemateca e de ser "autista".

Um brevíssimo excerto da resposta excelente de João Bénard da Costa:

«(….) Fosse ela apenas deputada, nada de estranho. (….) Acontece que, se hoje ela é deputada não o foi durante quase 3 anos (…). Durante esse período, foi ministra da Cultura. Se achava "premente" a criação de de tal "pólo", teve tempo e mais do que tempo para o criar, no uso estrito das suas competências enquanto titular da pasta da Cultura. (…) Quem não foi capaz de fazer o que achava "premente" dever ser feito não tem qualquer autoridade para abrir a boca que ficou calada enquanto devia e podia falar. Diz ela que, como ministra da Cultura, defendeu publicamente o pólo a norte. Mesmo que tenha sido verdade, a um ministro cabe mais do que defender ideias. Cabe executá-las ou mandar executá-las. Não fez nem uma coisa nem outra e agora queixa-se. Mal dela. Muito pior, contudo, é vir desculpar-se comigo que, (…) dependia dela e estava lá (...)para lhe cumprir as determinações (…).
(…) Sobre a minha posição relativamente á petição do Porto, (..) já neste mesmo jornal disse o que tinha a dizer. Nunca disse - ao contrário do que mentindo, a ex-ministra me acusa – que a Cinemateca Portuguesa (…) não tem "nada, mas mesmo nada a ver com isso". (…) Apoio inteiramente, como já disse e repito a constituição de um núcleo (….) no Porto, devidamente formalizado e dotado de todas as infra estruturas necessárias, (….) com programação autónoma de Lisboa, mas contando sempre com a colaboração activa da Cinemateca Portuguesa (…) quer para a cedência de cópias (…). (….)..
( …) a Cinemateca (..) terá muitos pontos fracos, mas não esses para que a ex-ministra, tão tarde e a tão más horas, pareceu acordar, a fim de sacudir a água do capote e arranjar, no "vitalício" (que ela própria reconduziu no cargo) director da Cinemateca Portuguesa (…), o "bode expiatório" com que ajustar contas que não são deste rosário. Meta-se com gente do seu tamanho e haja respeitinho por quem não tem nem idade, nem percurso porfissional, nem posição social para gastar mais cera com tão ruim defunta.»
(!!)
Quem fala assim não é gago!
Palmas!

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