quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mudam-se os tempos...

Há dois meses, num país cujo nome não vou para já referir, havia um Primeiro-Ministro que defendia com unhas e dentes as políticas do Governo que dirigia, nomeadamente na Educação e na Agricultura.
Houve eleições, manteve-se o PM mas mudaram os Ministros da Agricultura e da Educação, entre outros.
Começaram a governar e eis que a nova Ministra da Educação manda para o esgoto a política da sua antecessora e o Ministro da Agricultura diz que vai ser ponto de honra do seu Ministério o pagamento a tempo e horas aos agricultores dos subsídios a que estes têm direito, ao invés do que fez o seu antecessor, que não só não pagava, como dizia que não devia nada.
E o PM, o que faz?
Nada, rigorosamente nada.
É caso para perguntar se o PM concordava com os ministros anteriores qual o motivo pelo qual deixa os actuais fazer o oposto do que se fazia há dois meses, ou se concorda com os actuais, qual o motivo pelo qual deixou os anteriores asnear tanto?
Parece uma história surreal mas não é.
O País em questão chama-se Portugal.
E nós temos de aturar isto.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

8.4%

Já passaram algumas horas desde o anúncio feito pelo Governo para o novo valor do défice - 8.4% segundo o que ouvi.
Espanta-me que o confrade supremo dos valores certos - Vitor Constâncio, pois quem haveria de ser - ainda não tenha vindo corrigir o valor e dizer que o valor correcto é 8,37% ou 8, 42%.
Há uns anos atrás não se coibiu a fazê-lo.
Agora não.
Será que as funções que desempenha - as mesmas - sofreram alguma alteração funcional?

As Escutas

Esta novela das escutas, que tem como actores o Juiz do processo, o Procurador-Geral da República, o Presidente do Supremo Tribunal e agora o Vice-Presidente do Conselho Superior de Magistratura, faz-me lembrar uma equipa de futebol, muito nervosa, em que o que os jogadores querem é verem-se livres da bola.
Como se diz em futebolês, a bola até parece que queima.
Com as escutas da face oculta, sucede o mesmo... até queimam!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Governador do desgoverno

Mais uma vez o Governador, não o Civil mas o do Banco de Portugal, falou.
E, mais uma vez, para não variar, disse asneira.
Está correcto que estamos em crise, está correcto que temos de fazer sacrifícios. Todos estamos de acordo.
Agora quando o cavalheiro se refere a aumentos de salários, talvez fosse melhor fazê-lo apenas no que respeita à chafarica que lhe pagam para dirigir mas que, aparentemente, não o faz.
E quando vem falar de aumento de impostos, deve estar a relembrar os seus tempos em que fazia parte do Governo.
Surpreendente mesmo é o facto de não referir, nem por uma vez, que a despesa pública tem de diminuir, muito, e que o Estado, no seu todo, tem de procurar ser eficiente e fazer as poupanças por essa via, acabando de vez com o desperdício que todos nós, todos os dias, vemos quando contactamos com serviços públicos.
Se fosse esse o discurso de alguém com as responsabilidades de Vitor Constâncio, certamente que todos estariam de acordo com ele. Da forma como o faz, só o PS aplaude. E Portugal vai muito além dos interesses socialistas.
Esperemos que o BCE o chame para um belo tacho em Frankfurt e que alguém competente o substitua por cá.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Governador Civil

A confirmar-se a notícia da nomeação do ex-presidente da Câmara de Espinho para Governador Civil de Aveiro, temos mais uma demonstração clara do desrespeito do Governo pelas Comunidades Intermunicipais.
Se o Distrito de Aveiro é composto por 19 concelhos, dos quais 11 fazem parte da CIRA, faz algum sentido nomear para Governador Civil alguém que, enquanto Presidente da Câmara de Espinho, sempre esteve ligado à Área Metropolitana do Porto?
A única justificação que vejo para o facto é a necessidade de arranjar um lugar para um amigo que inesperadamente ficou desempregado.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Tema actual

O que dirão todos aqueles que são a favor do "casamento" entre pessoas do mesmo sexo e que alegam que tal proposta não tem que ser referendada pois faz parte do programa de alguns partidos que teêm maioria no Parlamento, se, na próxima legislatura, as eleições forem ganhas por partidos que tenham no seu programa a revogação da dita lei (caso ela seja aprovada) e cumpram com o seu programa?
Palavra que gostava de assistir a uma argumentação assim.

domingo, 15 de novembro de 2009

Useful or Beautiful



"Have nothing in your house that you do not know to be useful, or believe do be beautiful."


- William Morris

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Bolsa de Valores

Sempre que se passa algo com um clube de futebol (contratação de novos treinadores por confirmar), a Bolsa suspende de imediato a cotação das acções desse clube no mercado.
Mas, recentemente, passaram-se vários dias a especular se o vice-presidente de um banco cotado em bolsa iria ou não demitir-se e, posteriormente, se o pedido de suspensão de funções que entretanto pediu, seria ou não aceite pelo banco.
Aqui a Bolsa não fez nada.
Pelos vez, para a Bolsa, deve ser mais normal um responsável de uma das principais empresas nacionais andar, presumivelmente, metido em alhadas, do que um clube mudar de treinador.
Eles lá saberão!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

SILÊNCIOS CÚMPLICES ... DE TODOS

Transcrevo o artigo corajoso e muito certeiro de Mário Crespo.

Os intocáveis

00h30m

O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.

Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.

O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação. Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (...)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente. Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos. Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport.

Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim. Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca.

MÁRIO CRESPO


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Velha História

Hoje em entrevista com Mário Crespo, sobre um ano de governação de Obama, Jaime Nogueira Pinto recomendou a leitura da 1ª Carta de Inglaterra de Eça de Queiroz sobre o Afeganistão. Vale a Pena!... Como ele próprio diz no início da sua carta:
«A história é uma velhota que se repete sem cessar.»

http://figaro.fis.uc.pt/queiros/obras/Londres/Cartas_Inglaterra20070619.html

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Umas férias diferentes

Um programa imperdível para quem anda a sentir falta de espaço...

A company behind plans to open the first hotel in space says it is on target to accept its first paying guests in 2012 despite critics questioning the investment and time frame for the multi-billion dollar project.
The Barcelona-based architects of The Galactic Suite Space Resort say it will cost 3 million euro (£2.6 million) for a three-night stay at the hotel, with this price including an eight-week training course on a tropical island.
During their stay, guests would see the sun rise 15 times a day and travel around the world every 80 minutes. They would wear velcro suits so they can crawl around their pod rooms by sticking themselves to the walls like Spiderman.
Galactic Suite Ltd's CEO Xavier Claramunt, a former aerospace engineer, said the project will put his company (www.galacticsuite.com) at the forefront of an infant industry with a huge future ahead of it, and forecast space travel will become common in the future.
"It's very normal to think that your children, possibly within 15 years, could spend a weekend in space," he told Reuters Television.
A nascent space tourism industry is beginning to take shape with construction underway in New Mexico of Spaceport America, the world's first facility built specifically for space-bound commercial customers and fee-paying passengers.
British tycoon Richard Branson's space tours firm, Virgin Galactic, will use the facility to propel tourists into suborbital space at a cost of $200,000 (£123,000) a ride.
Galactic Suite Ltd, set up in 2007, hopes to start its project with a single pod in orbit 450 km (280 miles) above the earth, traveling at 30,000 km per hour, with the capacity to hold four guests and two astronaut-pilots.
It will take a day and a half to reach the pod - which Claramunt compared to a mountain retreat, with no staff to greet the traveler.
"When the passengers arrive in the rocket, they will join it for 3 days, rocket and capsule. With this we create in the tourist a confidence that he hasn't been abandoned. After 3 days the passenger returns to the transport rocket and returns to earth," he said.
More than 200 people have expressed an interest in traveling to the space hotel and at least 43 people have already reserved.
The numbers are similar for Virgin Galactic with 300 people already paid or signed up for the trip but unlike Branson, Galactic Suite say they will use Russian rockets to transport their guests into space from a spaceport to be built on an island in the Caribbean.
But critics have questioned the project, saying the time frame is unreasonable and also where the money is coming from to finance the project.
Claramunt said an anonymous billionaire space enthusiast has granted $3 billion (£1.8 billion) to finance the project.

domingo, 1 de novembro de 2009

Preguiça Ocidental...

 
Being Lazy for doing too much
 
"There are different species of laziness: Eastern and Western.
The Eastern style is like the one practised in India. It consists of hanging out all day in the sun, doing nothing, avoiding any kind of work or useful activity, drinking cups of tea, listening to Hindi film music blaring on the radio, and gossiping with friends.
Western laziness is quite different. It consists of cramming our lives with compulsive activity, so there is no time at all to confront the real issues. This form of laziness lies in our failure to choose worthwhile applications for our energy."

– Sogyal Rinpiche