sábado, 30 de maio de 2009

Se este país não existisse...

...alguém tinha de o inventar.
A história é esta.
Na Escola Secundária José Estevão foi definido, no início do ano lectivo, que as aulas para quem não tem exames, iriam terminar a 9 de Junho, 3ª feira. Pode parecer estranho que as aulas terminem numa 3ª feira, mas, devido ao capricho do calendário que este ano tem dois feriados em dias consecutivos, acaba por fazer sentido essa opção.
Acontece que esta semana os alunos foram informados de uma alteração. As aulas já não terminam no dia 9, mas sim no dia 15, no final da manhã.
Consegue-se assim prolongar o período escolar em mais 6 dias de calendário a que corresponde 1 dia e meio (útil).
Se alguém tinha marcado férias aproveitando os feriados, não interessa. Se alguém tinha disposto da sua vida de acordo com um calendário atempadamente publicado, também não.
Importante mesmo é haver mais 1 dia e meio de aulas. Que nada vai adiantar. Testes não se farão certamente e matária também não será leccionada. Aliás, quer-me parecer que no dia 12 de Junho, a escola funcionará em serviços mínimos, pois muita gente irá faltar.
Gostava sinceramente de conhecer a cabeça pensante que esteve por trás desta decisão e quais os fundamentos para a mesma.
Era só para ver se eu conseguia acompanhar o raciocínio desta gente que nos "educa" os filhos.
Mas acho que não vou conseguir, sinto-me demasiado básico para um exercício desse calibre.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

PRIBERAM.PT

Apetece-me apenas descarregar qualquer coisita, a propósito de tudo e talvez de coisa nenhuma; sei que o melhor seria não o fazer, mas como não sou de deixar que outros o façam por mim, não sendo, no entanto, totalmento tolinho, resolvi recorrer ao dito e famoso Priberam, procurando apenas as palavras correctas para definir e expressar um sentimento, de hoje e de já algum tempo.

Intriga
s. f.
1. Manejo que se trama com astúcia e cautela; maquinação; insídia, traição, cilada; mexerico.
2. Enredo (de obra literária). - Não aplicável, pelo menos directamente!

Intrigar -
Conjugar
v. intr.
1. Tecer intrigas.
v. tr.
2. Indispor.
3. Inimizar (por meio de enredos).
4. Excitar a curiosidade de.

Mentiroso (ô)
adj. s. m.
adj. s. m.
1. Que ou aquele que mente, que engana.
2. Falso.
3. Aparente.

Escroque
s. m.
Gal. Pessoa que usa de manobras fraudulentas.

Invertebrado
adj.
adj.
1. Que não tem vértebras ou esqueleto interior.
invertebrados
s. m. pl.2. Denominação comum aos protozoários, celenterados, vermes, equinodermos, artrópodes e moluscos
.


(neste último caso, gosto bastante do termo "vermes"...)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Ah, pois é!


Que Sócrates não se veste em Saville Row, qualquer cavalheiro sabe. Mas, não é menos verdade que o monocromático engenheiro é um falso discreto, sendo notória a conta a pagar pelo look Clooney.
Sempre o imaginei, a avaliar pelo corte pouco ajustado e menos elegante, cliente fiel de uma qualquer italianada arrivista á venda nas melhores ruas de qualquer capital.
Qual o meu espanto, o homem da cova da beira leva o look Clooney tão a peito que vai a Rodeo Drive comprar os trapinhos á loja das estrelas e dos novos-ricos do mundo!
É a crise...

Tax Free


Não queria acreditar, mas é mesmo verdade! Vital Moreira avançou com a ideia peregrina de um imposto europeu.
Compreendo o raciocínio; vindo de quem veio, faz todo o sentido. O sonho da re-criação de super-estados, pesados, hiper-burocráticos, controladores e reguladores faz parte do ADN do candidato socialista e da linha de pensamento que representa. Nem lhe passa pela cabeça o drama que seria acrescentar á vida de cada europeu mais um imposto. Não consegue admitir que o reforço político da União Europeia não precisa de mais "estado europeu", mas de maior concurso de vontades e de melhor articulação das sinergias existentes.
Os jacobinos já têm um poder exagerado e perigoso na UE, o incremento de uma super-estrutura tentacular por eles controlada seria certamente o fim anunciado da Europa.

Resta-nos protestar e votar "tax free"!

Foi você que pediu um conselheiro de estado?

Menina da Ria

Goste-se ou não da música, não seria interessante que alguém (C.I.R.A., C.M.Aveiro, Turismo do Centro) contactasse Caetano Veloso para vir a Aveiro gravar o video clip desta música e que a mesma pudesse ser usada para promoção da Ria e de Aveiro?
Era capaz de ficar mais barato do que algumas promoções que por aí se fazem.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Concerto de Trombone

A audição de Oliveira e Costa ontem, no Parlamento, pode ser equiparada a este concerto de trombone...




Esperamos ansiosamente pelos restantes instrumentos para completar a banda.

Fado reinventado

ou a prova de que uma grande música é sempre uma grande música, por mais voltas que lhe possam dar. Comprei e gostei.


hoje, aqui, Lx.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

domingo, 24 de maio de 2009

Late in the evening Sunday Bluzzz

Senhoras e Senhores, hoje com Sugar Blue a brilhar em Hoochie Coochie Man. Noite de clássicos, portanto...

A eurodeputada socialista Ana Gomes fez hoje um ataque cerrado a Pedro Santana Lopes, acusando-o de "parolice", "provincianismo abjecto" e despesismo por tentar contratar o arquitecto Frank Gery para remodelar o Parque Mayer em Lisboa.
É um ponto de vista respeitável, chamar Frank Gery para remodelar o Parque Mayer é uma coisa do tipo chamar Pitanguy para remodelar Ana Gomes. Too much!

sábado, 23 de maio de 2009

Uma praia


Mais um fim de semana em que o verão teima em não chegar. Coisas da crise, este sol laboral e este cinzento nos sábados que o sr. belmiro quer usurpar...
Foge-me o pensamento, ao som da Ana Carolina, para uma praia. A minha praia, a nossa praia. Chama-se Valdevaqueros e ainda lá está, magestosa, selvagem, em permanente e intenso romance com o levante, o primo dos ventos do deserto, forte e inclemente.
Fomos pela primeira vez, a medo, uns três dias em junho, fresco, invejamos os hóspedes do Hurricane e decidimos que o Alameda, bem mais barato, seria a nossa casa. Comemos kebabs e pitas do Aziz, aqueciamos com o chá de menta do café Central e decidimos voltar em Agosto.
Poucas terras me agarraram como Tarifa, magias do vento, sedução das gentes, das cores, dos cheiros, da liberdade.
Voltamos em Agosto com a Kika e com o Paulo e a Paula. Como prometido, instalamo-nos no Alameda. O António, amigo de abraço, de joder e coño na ponta da afiada lingua andaluz, deu-nos um quarto com terraço de onde se mirava hacia el estrecho. Do outro lado, as montanhas de África provocavam as maiores divagações entre cervejas de final de tarde. No meio, os barcos que cruzavam o estreito carregados de histórias à nossa escolha.
Nos anos seguintes continuamos a voltar ao Alameda, com os pais, com irmãos, primos, consolidando a "casa".
O ritual matinal, depois das tostadas e jugo na esplanada, passava pela compra das sandes na panaderia francesa e dali seguiamos para Valdevaqueros.
Os dias de praia passavam-se entre mergulhos, escaladas da duna grande e banhos de lama na fonte "medicinal" que nos melhorava a pele, transformando-nos em guerreiros de terracota. As conversas fluiam a condizer, ao longe, contrastando com a nossa areia branca, impunha-se o Maghreb sobre o mar azul.
Já conheciamos os que regressavam, como nós, uns de Madrid, outros de Roma, outros de...
Aquele pedaço era mesmo nosso e era tão bom.
Ainda hoje não realizei completamente porque o troquei pela Quinta do Lago, uma amante loira, jactante e muito cara.
Vou fantasiando que lá regressarei um dia, depois dos sessenta, sem gravatas nem apertos, de chanatas e djelabas, para ficar, bebericando chá de menta sem recusar um kif de quando em vez. Quem sabe?

Não sei porquê, mas lembrei-me de Marinho Pinto...


sexta-feira, 22 de maio de 2009

Moral de pacotilha


Posso ser eu, mas alguem tem dúvidas que a suspensão dos aumentos do Banco de Portugal só se deu por efeito das notícias publicadas????

A má moeda...


"Numa altura em que há falta de emprego, as pessoas ainda têm uma série de exigências estranhas. Quando há tanta gente a querer qualquer emprego, as pessoas não querem trabalhar ao sábado, não aceitam o princípio de número de horas anual e depois não há como decidir este tipo de questões em Portugal", afirmou Belmiro de Azevedo.
Sobre os sacrifícios que os empresários devem estar preparados para fazer, nem uma palavra.
O sr. é perito neste tipo de atitudes e afirmações prepotentes. Afirmações que são, também, para dentro da sua Sonae. O uso dos meios que o poder lhe confere para ameaçar, intimidar, julgar; tudo no momento de maior fragilidade da parte mais fraca, dizem da qualidade do caracter do sujeito.
Registo com agrado as palavras de dura critica do porta-voz da CEP e Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, pondo a Igreja, mais uma vez, do lado certo.
Quanto ao sr. Belmiro, pura falta de princípios.

Buñuel

O dia certo para recordar Buñuel e este introspectivo Simão do deserto...

João Bénard da Costa


Partiu João Bénard da Costa. 74 anos de uma vida riquíssima porque dedicada à arte e aos outros. O cinema esteve sempre na minha vida e Bénard da Costa tem certamente responsabilidade nisso. Devo-lhe em grande parte o aprofundamento e refinamento desta paixão. Lembro-o no canal 2, lembro-o nos tempos em que o Indy era a "biblia" semanal. A sua escrita, o seu discurso eram eloquentes e sedutores, contagiantes.
Incitava a Buñuel e devorei-os todos, deu-me a descobrir Lang e Sternberg, ensinou-me a gostar de Godard, de Truffaut e de Pialat.
Foi um homem de cultura imensa e transversal, teve a imensa generosidade de a partilhar connosco.
Muito obrigado!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Férias prolongadas...

imagem retirada daqui http://noreset.wordpress.com/2008/03/28/industria-dos-games-tirou-ferias-essa-semana/
... é o que parece ter acontecido a alguns bloggers da nossa praça...
Será que perderam o verbo?

Eu também não me importava de já estar na fase das chanatas e do calção.

Serão sinais da crise?...económica?... ou crise dos quarenta? Será que a crise atingiu as produtoras discográficas? Não editam mais músicas novas, mas reciclam as antigas? A verdade é que, ultimamente, sempre que faço "zapping" no rádio só ouço músicas dos anos 80. O que virá seguir? As roupas estilo "Fame" ou o cabelo à "Kajagoogoo"!

Por mim dispenso. Se querem entrar na máquina do tempo levem-me para os anos 50. Isso sim, era estilo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Pergunta com lógica

Ao ler que Dias Ferreira continua mais inclinado para avançar com a sua candidatura a presidente do SCP, apetece-me perguntar se essa inclinação é fruto da pancada que levou?

O esquema de burla em pirâmide de João Rendeiro

João Rendeiro mantinha um esquema de burla em pirâmide no BPP, em termos comparáveis ao do caso Madoff.
Por mais que João Rendeiro venha negar, é cada vez mais claro o contorno da burla perpetrada pelo banqueiro:
A maioria dos produtos de retorno absoluto dos clientes do Banco Privado Português (BPP) apresenta vencimentos de curto prazo - mais de 90% acaba no final deste ano - mas os activos subjacentes que os compõem têm prazos de vencimento muito mais longos, que vão de 10 anos a 20 anos.
Este diferencial impunha um esquema que dependia da entrada de novos capitais
para financiar as responsabilidades assumidas no curto prazo perante os clientes. Quando a instituição deixou de receber novos capitais e sofreu uma intensificação dos resgates em meados do ano passado - o diferencial tornou-se incomportável para as reservas do BPP.

Uma estratégia fraudulenta e ruinosa, portanto.

Por que esperam as autoridade judiciárias para actuar ?
Não se entende esta demora e este silêncio do Ministério Público face a tudo que se vem sabendo ultimamente.
Até o Primeiro Ministro José Sócrates já veio invocar publicamente a sua indignação pelo tipo de gestão feita por João Rendeiro.

E João Rendeiro, estará quietinho á espera que o vão buscar e ao seu património ?

Mais um episódio da ineficiência da Justiça em Portugal.....

terça-feira, 19 de maio de 2009

Nights in dark satin



Estive mesmo para não ir. Entre o trabalho e outros compromissos, o tempo escasseava e só a compreensão e simpatia de um amigo me libertaram sem maiores pesos de consciência. Dois bilhetes no bolso, lá fomos, eu e a P., em cima da hora e sem jantar. Ainda bem!
Anthony deu um dos melhores concertos a que assisti. O génio transgender arrebatou o Coliseu que, rebentava pelas costuras, esgotado dias antes. Provocador, estabeleceu uma linha de diálogo directo com a assistência que passou pela politica, religião e, inevitávelmente, o sexo. A conversa era próxima, fluida e naturalmente inteligente. Algum desencanto com Obama, o ambiente, as novas fronteiras, num discurso fluido a lembrar uma aula participada da USC ou da UCLA.
A música é a que conhecemos, mas ao vivo a voz de Anthony supera as expectativas mais entusiastas. Temas como Fell in love with a dead boy, Hope there's someone, Epilepsy is dancing, foram magistrais e arrepiantes.
Os The Johnsons estão lá para Anthony brilhar, contudo, a perfeição na execução, o rigor estético, a elegância dos violinos, do violoncelo, da guitarra; a contenção da bateria; a harmonia dos metais... UAU!
O público, esmagadoramente conhecedor, esteve mais pendente para o cosmopolitismo hetero do que para a receada parada gay.
Foi assim, Anthony perturbante e transgressor, homem a caminho de mulher, corpo gigante e desajeitado, gesto desencontrado, cérebro brilhante e voz sublime. Incomoda? Certamente! Baralha? Sem dúvida! So did Oscar Wilde... So did Mr. Wilde...

TVI

Por mera casualidade, vi esta manhã a previsão meteorológica da TVI.
Fiquei a saber que, para a TVI, Portugal Continental tem 21 locais cuja informação sobre o tempo é importante.
17 deles são capitais de distrito. Dos restantes 4, temos as Penhas Douradas, o que poderá fazer algum sentido por se tratar do observatório mais alto de Portugal, Sines, Cabo Carvoeiro e Sagres.
Como devem ter reparado, falta 1 capital de distrito. Qual?
Aveiro.
É assim que somos tratados por esta malta da província lisboeta.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Certeiro e Certíssimo

«Há no comportamento das elites políticas sinais de que estão convencidas que tudo lhes é permitido e que, apesar de um protesto aqui e de um comentário ali, farão tudo o que querem, como querem e porque querem.
E há, no país, uma erosão permanente dos níveis de exigência, da confiança nas instituições e daquilo que esperamos delas, levando-nos a um nível de indiferença a partir do qual já nada nos indigna.»
in
Editorial, Público, 18/05/2009

Late in the evening sunday soundzzzzz

No words required...

Vital dixit

Vital Moreira acusou hoje os outros partidos de terem listas fantasmas em que só se conhece o cabeça de lista. Vital assume a veracidade e consequencia da sua lista.
Assumimos nós que, Elisa Ferreira e Ana Gomes estão mesmo a caminho da Europa. Pena é, tão despudorado desprezo das ditas, e do PS, pelo Porto e por Sintra!

Só se for lá na loja


António Arnault veio na semana passada dizer que os magistrados que denunciaram as pressões de Lopes da Mota, não passam de delatores!
Pelo mesmo raciocínio, quem recorre á APAV é um bando sem vergonha de delatores. A violência doméstica é criticável, não pela violência em si, mas por convidar a vitima á "delação"!
É o grau zero da pouca vergonha!
Alguem devia explicar a Arnault o que é o mundo real. Concepções tão distorcidas, só se for lá na loja!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

i não gostei

Após alguns meses de expectativa, lá tivemos por fim acesso ao novo diário i.
Comprei-o nos 3 primeiros dias de existência e desisti ao 4º.
Este, para mim, é o primeiro erro: não publicar o jornal ao domingo.
Então não há notícias no sábado? Vão publicá-las na 2ª feira quando toda a gente já as leu na véspera?
O segundo erro é ser um jornal de Lisboa para Lisboa. Nós, os parolos da província, não precisamos de saber o que por aqui se vai passando. Lisboa é o umbigo do poder e os jornalistas (de lá) parecem ser uns restos de cordão umbilical que não são capazes de ver para além do umbigo.
Não gostei, mas admito que também é necessário apostar na diferença, da sequência e da distribuição dos temas e das notícias, especialmente do destaque excessivo dado aos comentadores. Para mim, um jornal é um veículo para comunicar notícias e não para comunicar comentários.
Mas, como nem tudo é negativo, gostei da dimensão do i, bastante prático para ler na mesa do café e gostei também das páginas agrafadas. Quando chegar a altura de ir para a praia, é, nestas praias de nortada, uma opção de leitura a considerar.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Bento XVI


O bando do costume andava indignado por S.S. Bento XVI não ter tirado os sapatos aquando da visita a uma mesquita. Os mesmos que passam a vida a zurzir na Igreja Católica, se recusam ao respeito minimo e atiram pedradas ao primeiro impulso; são os mesmos que se ofendem profundamente e com grande sensibilidade a qualquer putativa falta de consideração ao islão. Pregam liberdades que gostam de ver aplicadas, mas sempre com grande selectividade.
Foi nesta gentinha que pensei hoje quando Bento XVI deu aquela que, porventura, foi a maior ajuda política e diplomática ao povo palestiniano.
Bento XVI é um papa polémico, mas polémico por dizer em cada momento aquilo que acha que deve ser dito. Não é o papa do politicamente correcto, da palavra fácil, da cedência nos princípios. O que aconteceu hoje foi prova disso mesmo. Foi a intransigência perante a agressão, a submissão e a humilhação. Coisa rara, esta coragem, a frontalidade e o desafio. Coisa nunca vista em chefes de estado.

Como diria o Pe. António Vaz Pinto: "Já agora, valia a pena pensar nisto..."

Verdade e consequência?

Para começar o dia, pudemos ouvir o bastonário dos advogados dizer que o processo a Lopes da Mota indiciava um país sinistro que sanciona as conversas privadas entre amigos que, abusivamente, segundo o bastonário, são maléfica e especulativamente classificadas como pressões! Só á bastonada!
De resto, é o costume: os responsáveis políticos remetem-se ao silêncio. Um silêncio de chumbo, insuportável.
Depois de conhecidos os factos, o único meio de evitar a demissão de Sócrates é a demissão de Alberto Costa bem explicada. Alberto Costa terá de explicar que agiu só, à revelia de Sócrates, que errou na forma, que não queria dizer o que disse, mas que assume as consequências do ocorrido. O povo não acreditará em nada, mas é a única saída possível; a única que cumpre limites minimos para evitar consequências máximas.
O caso não é só político, a lei classifica como crime grave a pressão sobre magistrados. A pressão nunca surge do nada. Ninguém acredita num acto solitário de Lopes da Mota.
Consequências?

terça-feira, 12 de maio de 2009

Previsões previsíveis

Lopes da Mota, o pressuroso funcionário, vai ver ser-lhe instaurado um processo disciplinar pela Procuradoria Geral da Republica.
Para tal acontecer, as pressões denunciadas por João Palma devem ter sido de calibre 45.
Confirma-se a alto nível o que todos suspeitavam, houve pressão directa sobre os magistrados para Sócrates ser subtraido ao caso Freeport.
Agora, alguem duvida que Lopes da Mota é apenas um mensageiro?
Quem o mandou?
Quem mandou quem o mandou?
Provavelmente, ninguém! Ainda se há-de concluir que Lopes da Mota agiu só, com a melhor das intenções, eventualmente, com excesso de zelo.
Quando o mar bate na rocha...

sábado, 9 de maio de 2009

Atrasado


Escrevi aqui há algum tempo sobre o meu regozijo por, finalmente e por unânimidade, o Parlamento ter acordado banir os termos autista e autismo do léxico político pejorativo. Foi um passo que só pecou por tardio. Qual o meu espanto, este compromisso de bom senso só abranje S. Bento.
Para os lados de Belém, ainda ontem Cavaco enchia a boca para criticar o autismo democrático. Cavaco que, apesar de ter sido eleito com os votos de metade da metade dos portugueses, é presidente de todos os portugueses, autistas incluidos. É caso para dizer que Cavaco é um atrasado, pelo menos em relação a S. Bento...
Lamentável.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Quase, quase...

É já no dia 18 que Anthony and The Johnsons vão regressar ao Porto. Já só há bilhetes para a geral, mas acredito que a arte e inspiração de Anthony serão mais do que suficientes para justificar algum desconforto...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Think Pink?


Soube hoje que o deputado-malcriado, José Eduardo Martins de sua graça e nossa desgraça, apareceu no parlamento de fatinho cor-de-rosa. Desde já, pedimos, a quem a consiga, uma fotografia da criatura. Imaginar aquela carinha a encimar um belo dum fato rosa, é o delírio de qualquer apreciador de... gente com o seu tipo de educação, vocabulário e exótica pronúncia!
Politicamente, haverá ilações a tirar desta abordagem rosa???

O CDS e a Europa III

Como ponto prévio, quero deixar claro que esta minha análise em nada se relaciona com sondagens que para aí andam, tão catastrofistas quanto ridículas.
Quererá isto dizer que acho que tudo vai bem? Não.
A estratégia de Paulo Portas foi inteligente. Propor um "trio de luxo" capaz de angariar votos em diferentes grupos sociais, aumenta o espectro de penetração no eleitorado e potencia o numero de votos na lista.
É claro que Nuno Melo fala muitíssimo bem para uma franja larga de eleitorado, mas apela pouco ao segmento mais conservador e democrata-cristão do partido. Para este eleitorado, Diogo Feyo é a pessoa em quem vão votar. Diria que Melo é o PP e Feyo o CDS.
Temos ainda a Teresa Caeiro que comunica bem com algum eleitorado urbano e é factor de identificação para um determinado grupo social, eminentemente feminino ou ligado á moda e ás artes.
Em tese, o CDS deveria estar a "pescar" em três mares distintos. Ainda não está. É urgente que comece, que aposte claramente neste trio de luxo, que assuma esta estratégia de diversificação sem tibiezas.
O tempo escasseia, mas ainda é suficiente para um resultado surpreendente.

Estar ligado


Tentar sobreviver sem televisão, iPods, telemóveis, BlackBerrys e computadores, durante sete dias, foi uma tarefa agonizante e desafiante para um grupo de alunos duma escola de L.A. Com esta experiência a professora tentou ensinar aos seus alunos sobre o que é “estar ligado”, a importância da introspecção e pediu-lhes que, usando caneta e papel, escrevessem o que sentiram.
Apesar de muitos, quase terem dado em doidos, a experiência foi muito positiva. Vale a pena ler o que alguns alunos descobriram:
Daniel Romero read a book for the first time this year. Lopez actually communicated with an uncle during a rare conversation about swine flu, politics and history. Jenny Corona connected with her autistic brother, and, to her utter amazement, read an entire Harry Potter book in four days.Without her headphones blocking out the real world, Flor Salvador heard strange chirping sounds."I didn't know we had birds! “But others said that without constant stimulation, they felt as though they were more in touch with themselves and the world around them.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Silêncio


Não me agrada minimamente o silêncio aparentemente cúmplice feito em torno desta nova lei de financiamento dos partidos...

terça-feira, 5 de maio de 2009

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Retratos de uma viagem à capital e redondezas



O Condutor 3 em 1

Apesar de não dar para ver os detalhes todos, o condutor deste carro, além da função básica que desempenhava - -conduzir - aproveitou o dia espectacular para se bronzear e a fila da A5 para ler o jornal. Provavelmente, mas sem confirmação, ainda ouvia um som e micava a vizinha do carro do lado.




Legalize it

Com um nome destes, o que será que se vende neste centro comercial?

Futebol

Quem não viu e tiver possibilidade de ver alguma repetição do Real Madrid - Barcelona, mesmo já sabendo o resultado, não desperdice a oportunidade.
Mas que grande banho de bola que os merengues levaram.
E vai mais um jogo com 8 golos.

Folhetim (dos combustíveis) à portuguesa - último episódio

Quando passarem na A1, sentido Coimbra-Aveiro, reparem bem onde é que o painel informativo foi colocado... atrás da copa de uma árvore.
Será que nesse local é permitido parar para verificar os preços?

domingo, 3 de maio de 2009

Yes we Cannes! 4


Yes we Cannes! 3


Yes we Cannes! 2


Yes we Cannes! 1

Em tempo de pré-Festival, imagens idas que lembram Cannes.

Tempo


De todos os bens postos à nossa disposição desde a criação, o tempo é seguramente o mais valioso e, simultâneamente, o mais desvalorizado. Em tese, todos sabemos disto. Na prática, damo-nos frequentemente ao disparate de perder tempo.
Adiamos o telefonema ao amigo distante, esquecemos os livros que queremos ler, ignoramos os filmes que seriam os da nossa vida, inventamos pretextos tontos para deixarmos de estar com os que mais queremos.
Amanhã, para a semana, no próximo ano irei certamente. Agora, hoje, este mês, neste ano há impedimentos com o grau de importância do comodismo, da tarefa mecânica, do não me apetece muito. Esquecemos que a vida passa e o tempo foge. Parece que não entendemos que, mais importante que um novo canudo ou a miragem de uma promoção, é tirarmos tempo para ver crescer os nossos filhos e crescermos com eles, é aproveitarmos a vida que ainda podemos partilhar com os nossos pais, é o valor incalculável duma boa conversa e duma gargalhada franca com um amigo.
Não esqueçamos que o tempo está aí, mas não é nosso; podemos usá-lo agora, ou nunca. É irrepetível; do que dele fizermos, se escreverá um dia a nossa história.
Tenho dado por mim a acordar agora mais cedo, cumpro o ritual de ver o mar ao início da minha manhã, lembro-me de algumas palavras sábias, frequentemente do bom amigo Frei Bernardo, e parto para agarrar o dia. O dia que tem o mesmo tempo para todos, ricos e pobres, saudáveis e doentes. Poderia lá eu desperdiçar esta oportunidade?

sábado, 2 de maio de 2009

Fim de tarde...

Fim de tarde de sol. Com uma caipirinha a acompanhar, de Sagatiba s.f.f..

Here comes the sun

Uma boa música para uma tarde como a de hoje. E agora, para a Praia da Luz que se faz tarde!

May Britt


Poucas coisas me têm estimulado a escrita nos últimos dias. Ontem, em final de noite e de hopeless zapping, parei num biopic do Rat pack. Peça interessante, com Ray Liotta e Don Cheadle a destacarem-se nos papeis de Sinatra e Davis Jr..
A história de Sinatra e do Rat Pack é uma das mais estimulantes do século XX, um grupo de homens com génio e poder que decidiram viver a vida a 200% sempre, ou quase sempre, á margem, em desafio claro das regras e preconceitos.
Mas, não é de Sinatra que hoje quero falar. Foi a figura de May Britt que me inspirou nesta história; a mulher que se apaixonou por Sammy Davis Jr..
Britt, sueca, loira e belíssima, viera para Holywood com um contrato com a 20th Century Fox, contracenara com Brando e Falk e a tudo renunciou por renunciar ao preconceito racial e casar com Sammy Davis Jr..
O filme mostra-nos Sammy numa cena tocante, a lembrar-nos alguns episódios da nossa vida; perante um pelotão de cretinos ignorantes, a sonhar cantar o I've got you under my skin e a correr os racistas cobardes a tiros de revolver de prata.
Tenho a maior admiração por quem luta contra o preconceito, por quem compreende a verdadeira essência da humanidade. Sammy Davis foi um verdadeiro ground breaker com a ajuda de Sinatra e de Martin, mas a pressão maior esteve sobre May Britt.
É devido a gente desta qualidade que o mundo pode agradecer Obama e um pouco mais de justiça.