sexta-feira, 25 de junho de 2010

Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo


Diz-nos a sabedoria popular que se apanha mais depressa um mentiroso do que um coxo.
Foi com esse sentimento que eu fiquei ao ouvir ontem a conferência de imprensa do Ministro Lacão e do Secretário de Estado Campos logo após o chumbo dos chips de matrícula.
Dizia, entre outras coisas, o Secretário de Estado, que tinha sido feito um grande investimento para ser possível cobrar as portagens através dos chips e que isso tinha de ser levado em conta.
Ora, segundo esta notícia do JN de Julho do ano passado, o MOPTC dizia que a montagem dos pórticos era da responsabilidade dos concessionários.
Aqui chegado, deixei de perceber.
A responsabilidade da instalação dos pórticos, segundo o Governo, foi dos concessionários mas, menos de um ano passado, o mesmo Governo vem dizer que foi feito um grande investimento nos pórticos...
Mas, desde quando, compete ao Governo preocupar-se com os investimentos que as empresas privadas fazem?
O Governo vai passar a preocupar-se com todos os investimentos de todas as empresas privadas, ou apenas com os investimentos de algumas delas?
E se são apenas algumas, qual o critério para serem essas as eleitas?
Ainda na mesma conferência de imprensa, tentou o Secretário de Estado fazer um número bacoco de magia ao mostrar um identificador da Via Verde e um do DEM (pomposo nome dado ao chip) dizendo que eram exactamente iguais, razão pela qual não percebia as objecções colocadas à utilização do DEM.
Infelizmente o Blogger não tem nenhuma ferramenta associada para fazer desenhos, pois, se a tivesse, eu faria aqui um bonequinho para explicar ao Secretário de Estado Campos a diferença entre os dois.
Mas, mesmo sem bonequinho, passo a explicar.
Nas auto-estradas e nos parques de estacionamento onde se pode utilizar a Via Verde há uma opção de não o fazer, optando pelo pagamento manual. Ou seja, mesmo tendo Via Verde e circulando numa via apta para utilizar a Via Verde, temos sempre a opção de a não utilizar, evitando assim os registos nos sistemas da Via Verde e dos bancos relativamente à nossa passagem em determinada estrada.
Com o DEM isso não acontece. Não existe a opção de não o utilizar. Ou, existindo a hipótese de nos mandarem a conta para casa através de fotografia da matrícula, continua a não existir confidencialidade.
Será que isto é assim tão difícil de compreender?
Concluindo, a história das portagens nas SCUT foi mal pensada desde o início, e o Governo nunca aceitou que o sistema que pretende instalar põe em causa valores fundamentais da privacidade de cada um. Teimosia qb com habitualmente.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Manter as aparências.

Segundo a DECO, na hora de cortar despesas, as famílias portuguesas preferem reduzir na alimentação e nos medicamentos, para aguentar os gastos mais supérfluos como os telemóveis ou a televisão por cabo.....

Vivemos para TER e não para SER.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Inglês técnico

Não bastou aos governos PS transformar o ICEP em AICEP.
Deve ser muito mais chique um atendimento telefónico do tipo "AICEP, bom dia..." do que se fosse "ICEP, bom dia..."
Agora, resolveram, segundo esta notícia, transformar as SCUT (que ainda o são) em SCAUT, Sem Custos para Alguns UTilizadores.
O que mais se irá seguir?

Insider Trading? Não, que ideia....

Zeinal Bava jurou no Parlamento que só 4 pessoas sabiam do negócio da compra da TVI, até porque a empresa estava obrigada a cumprir as regras das bolsas de Nova Iorque e de Lisboa.
No entanto, segundo o DN uma análise às escutas telefónicas mostra que, pelo menos, 14 pessoas estavam "informalmente" a par do negócio. A 21 de Junho de 2009, Rui Pedro Soares conta a Armando Vara que o acordo com a Prisa está fechado. E muito antes, a 28 de Maio, a PJ interceptou uma conversa telefónica entre Paulo Penedos, consultor jurídico da PT e Américo Thomatti, presidente do Tagus Park na qual o primeiro diz textualmente: «Zeinal já arranjou maneira de, não dizendo que não ao Sócrates, fazer a operação em termos que ele nunca aparece.»

Verdade inconveniente, mas tão verdadeira...

A escritora Rita Ferro publicou no Expresso deste fim de semana uma carta aberta à família Espírito Santo, na qual adverte que «O que se ouve neste momento, tanto nas salas como na rua, é que a força deste Governo advém da retaguarda que o GES lhe assegura para acautelar negócios que vão cavando a nossa sepultura.».

Vale tudo no "trabalho de Deus" ....

Joseph E. Stiglitz, Prémio Nobel Economia em 2001 afirma que passados 3 anos desde o início da crise financeira "A maioria das pessoas responsáveis pelos erros - na Reserva Federal, no Tesouro norte-americano, no Banco de Inglaterra ou na Financial Services Authority, na Comissão Europeia ou no Banco Central Europeu, bem como nos vários bancos - não admitiram as suas falhas."
Não obstante, "Nas complexas questões económicas a confiança é depositada geralmente nos banqueiros (afinal de contas, se fazem tanto dinheiro, alguma coisa devem saber!) e para os reguladores que, muitas vezes (mas nem sempre), são provenientes do sector dos mercados. Mas os acontecimentos dos últimos anos mostraram que os banqueiros continuam a fazer dinheiro, mesmo quando afectam a economia e impõem fortes perdas às suas próprias firmas.
Os banqueiros têm fortes desafios pela frente do ponto de vista ético. Cabe agora a um tribunal decidir se o comportamento do Goldman Sachs - que apostou contra produtos que criou - foi ilegal. Mas o banco já foi julgado na praça pública, que já emitiu o seu veredicto quanto à importante questão da ética por trás desse comportamento.
O facto de o CEO do Goldman achar que estava a fazer o "trabalho de Deus" ao colocar a sua firma a vender a descoberto produtos à vista que criara, ou a lançar rumores difamatórios sobre um país do qual era conselheiro, sugere que existe todo um universo paralelo com morais e valores diferentes."

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Há dias com notícias assim

Afinal não é apenas em Portugal que a justiça é lenta. Outros países sofrem do mesmo mal.

E se Constâncio tivesse feito mesmo tudo quanto devia? Com que estado de consiência sairia do BdP?

Está-se mesmo a ver que partilhar a lida da casa fica para depois. Ainda devem estar a negociar quem vai ser a dona-de-casa.